sexta-feira, 10 de julho de 2009

Essa é uma história IMENSA de um bocado de tempo... quase 5 anos resumidos...

Eu sempre fui ímã para homens complicados. Atualmente estou trabalhando para não aceitar isso na minha vida, mas naquela época...
Eu tava naquela famosa crise de carência e já estava interessada na pessoa, mas não demonstrava isso pq ele era casado (não falei?! Olha a complicação aí!). Fiquei na minha.
Algum tempo depois ele se separou. Outro tempo depois, ficamos. Mais uns dias depois, rolou. Foi no dia 19 de fevereiro de 2004. Início de abril foi que descobri que tava grávida. Eu tinha 23 anos e já achava que tinha idade suficiente pra assumir uma família. Na verdade, eu sempre quis assumir uma família com essa idade.
Quando descobrimos, foi meio louco. Eu fiquei insegura de contar pra minha mãe, mas ela me apoiou. Meu padrasto me humilhou, me escurraçou, só faltou jogar pedras. Ele não acreditava que o Eduardo ia assumir a Sofia. Dizia que conhecia os homens e eu... defendia o ‘pobre pai da menina’ – que eu nem sabia ainda que era menina.
Como trabalhávamos juntos, ficamos juntos por todo o tempo. Mas quando eu saí de licença, aos 7 meses e pouco de gravidez, foi que a ficha começou a cair... Três episódios marcaram isso:
1 – CINEMA – marcamos de ir um dia. Eu tava doida pra ir COM ELE. Daí, no dia combinado fomos almoçar e ele me avisou que não iria comigo ao cinema. COMASSIM? A desculpa era que ele tinha prometido que levaria a prima dele. Er... e EU? Namorada e mãe da filha dele? Fiquei na mão... Fui ao cinema, sim. Com a Sheila. Vimos dois filmes em uma noite só e foi MARAVILHOSO!
2 – Já muito barriguda tbm, mas não lembro com qto tempo de gravidez, fui informada por uma amiga em comum do trabalho que ele tinha outra filha. Ahn... COMASSIM 2? É... aí ele resolveu me contar a história. Antes de se casar, ele brigou com a namorada e teve um rolo com uma menina, que engravidou. Ele disse que não assumiu a menina pq a mãe não quis deixar. Daí ele se casou com a outra, a namorada brigada. Mas pq não me contou da outra menina desde o início?
3 – Foi chá de panela do meu primo em outubro. Eu já estava de licença e o chamei pra ir comigo. Ele não ia por causa da grana pra gasolina da moto (ou pra não ter q encarar minha família inteira?). Daí aconteceu que no dia da festa ele me liga, perguntando se podia vir em casa com a mãe dele pra me ver. Eu disse que não pq ia pra festa e ele “ué... pensei que a festa era ontem” (ou amanhã... num lembro...). E ficou ruim pq ele tinha gasolina pra sair da cidade em que morava, atravessar uma inteira e chegar na minha casa, mas não tinha pra sair da cidade dele e parar no meio da que ele atravessaria... Estranho...
Chegando na festa eu vi 3 amigas do meu primo e futura esposa, todas tão grávida qto eu, com a diferença de que tinham um papagaio de pirata pendurado nelas, cuidando o tempo inteiro e tals. Emocional SUPER abalado, eu lembro que fugi 3 vezes (e foi pouco) para chorar no banheiro de dentro da casa da minha tia, que era onde as pessoas não iriam. Mas era choro de uns 15 minutos cada. Menos um deles, que foi qndo a Ana Paula (futura esposa do primo) cantou a música Flor de Lis do Djavan e eu fui pro banheiro de chorar até cochilar no piso do banheiro. Me senti hiper mega solitária em um lugar onde estava muita gente que me amava.

Da licença até o dia do nascimento, não me lembro dele ter vindo em casa muitas vezes pra me ver. Na verdade, não lembro dele ter vindo. Lembro que eu fui. No dia que fui ao cinema com a Sheila, passamos antes para vê-lo e depois, no intervalo de um filme para o outro. Trouxa...
E então, no dia do nascimento, ele estava trabalhando. Lembro que o tampão saiu pouco antes da meia noite do dia 19/11/04. Tínhamos chegado da festa de casamento do meu primo (sim, aquele do cha de panela). E eu tinha me divertido muito, mesmo MUITO barriguda!
Minha avó tinha dormido em casa da festa pro dia seguinte, pois mamãe a levaria ao hospital para ver meu avô cedo. Meu avô estava internado na época, por causa de um AVC, então o nascimento da Sofia veio para nos dar esperança num momento de tristeza.
Bom... a vantagem do tampão ter soltado de madrugada foi que não dormi direito por causa das fracas contrações. Quando ouvi minha mãe levantando, às 7hs da manhã, eu levantei tbm, fui até o quarto dela e disse
- Mãe, vou descer com vocês.
- Pra que? Você não pode entrar pra ver seu avô.
- Não... você vai ter que me deixar na maternidade.
Aí, pronto... nem parece que já tivera 4 filhos, né? Sendo eu o parto mais chato dela, rs.
Fomos pra maternidade (8:30 +-) antes de ir pro hospital que meu avô estava. O médico me examinou, constatou que já estava passando da hora da preguiçosa sair, descolou a placenta (a sensação era de que ele estava enfiando o braço inteiro dentro de mim e rodando...) e falou pra eu voltar 11hs...
O pai? Sim, foi avisado praticamente qndo eu estava saindo de casa. A resposta dele? “Estou trabalhando. Qndo vc tiver uma posição melhor sobre o nascimento, me avisa.”
Voltei às 11hs e fui internada. Mamãe ligou pra ele. Às 15hs ele apareceu e eu, morta de dor, saí do quarto de pré-parto, cheio de mulheres gritando, pra vê-lo no corredor. Mamãe pode ficar mais tempo comigo lá na sala de pré-parto, mas era melhor ficar sozinha, pq ela chorava a cada vez que eu gemia de dor, sorrindo.
E então estouraram a bolsa. Um tempo depois me levaram para a sala de parto e me deram anestesia. Mais um tempo e já era hora dela nascer. Passei sozinha por tentativas insuficientes de fazer força, empurrões na barriga dela ficar mto dolorida depois e fórceps. Mas Sofia nasceu, às 17:37hs do dia 20/11/04. Ele estava lá e entrou pra nos ver logo q pôde. E aí minha família tbm entrou pra nos ver. E depois fiquei lá com as companheiras de enfermaria. Lugar onde não se dorme, pq os bbs ficam com as mães. Eles choram, elas choram, todos se desesperam.
Dia seguinte ele foi me buscar, pq tinha q levar tbm a banheira onde a Sofia ia tomar banho, que era de responsa dele (Hoje eu acredito que a banheira foi comprada no sábado que a Sofia nasceu...). Ele me deixou na casa dos meus tios, onde toda a família estava e foi embora.
Durante o primeiro mês, ele vinha uma vez por semana para ver a Sofia. Eu achava aquilo lindo, apesar de saber que o nosso relacionamento não seria mais o msm.
No segundo mês, ele já não vinha tanto mais. E foi a época que a Sofia teve um problema intestinal, o maior perrengue da minha vida! Até descobrir o que era, passamos pelas seguintes situações:
- Sofia tomou por uma injeção de reposição de vitamina K;
- eu tive que parar de tomar qquer coisa que contivesse leite, pq podia ser alergia à lactose (ainda bem q não foi, senão eu teria desmamado mais cedo. PS: Sofia passou os 9 primeiros meses SÓ à base de leitinho da mamãe);
- Uma noite, qndo fui trocar a fralda da Sofia e a vi cheia de sangue, saímos eu e mamãe da roça de táxi pq o carro estava na oficina e fomos parar na cidade pra levar a menina ao hospital que a pediatra tinha indicado. Looonge demais da nossa casa! Pra descobrir que a médica não podia fazer nada além de pedir urgência na marcação de um exame que a pediatra havia pedido. Com a conta de 100,00 só de táxi, o pai foi informado e ainda criticou a minha mãe por ter decidido levar a criança para um hospital tão longe, ao que foi respondido que se a minha mãe falasse que a China era o melhor lugar para a minha filha, eu iria. (Detalhe que até aquele momento ele não tinha colocado dinheiro na minha mão pra nada. Só antes, qndo ele pagava o MEU plano de saúde que foi cancelado logo depois de passar a Sofia pro plano. Aliás, NEM naquele momento ele colocou a mão no bolso).
- Sofia fez um exame chamado contraste, onde eu e mamãe tínhamos que segura-la para que o médico injetasse o líquido através de uma seringa + tubo no ânus da pequenininha. Eu e minha mãe só sabíamos chorar com a violência do exame. E o sofrimento não nos deu nenhum resultado lógico para solucionar o problema. Eu achava que essa tinha sido a pior experiência da minha vida.
- Sofia passou por outro exame. Colonoscopia. A última mamada da Sofia tinha sido 8hs da noite anterior e já eram umas 10hs da manhã... Minha mãe foi resolver outras coisas enqto eu esperava a hora da Sofia fazer o exame. Quando o médico chamou, só pediu pra eu tirar a fraldinha dela e voltar pra sala de espera. Eu tirei, olhei pra Sofia e ela começou a chorar desesperadamente. E eu saí sem nem olhar pra trás, de tão apavorada que eu tava. Na sala de espera, sozinha, eu olhava a TV e não via nada. Só chorava. E quando finalmente acabou e o médico me chamou, avisando que a Sofia ainda estava sedada e que não era pra eu me assustar e tbm me alertou que ela ia acordar brava e com muito sono, entrei chorando. E quase me desesperei ao ver a Sofia mole na maca e tão pequenininha (e eu não parava de chorar), a boquinha roxa e eu fui ficando com medo e fui cutucando pra ela acordar. E realmente ela acordou muito brava. Mas eu tava feliz e chorosa demais, coloquei o peito pra fora sem nem preocupar com intimidade e ela mamou até murchar. E qndo minha mãe chegou, ela continuou mamando no carro, o outro peito.
O resultado saiu nessa colonoscopia: hiperplasia nodular linfóide. E a pediatra falou que ou sarava sozinho ou era à base de corticóide pra vida inteira... MEDO...
Deus curou a Sofia e essa é uma história à parte.
Viajamos pra praia logo depois do resultado e foi lá que Sofia completou 3 meses
Com 4 meses foi o batizado e eu decidi que iríamos resolver nossa vida nesse dia. Me arrumei toda bonita, escovei o cabelo etc. Depois da festa ele mandou uma msg pra mim no celular dizendo que podíamos voltar a sair. Eu respondi que sim, mas que não éramos mais só nós dois e a Sofia tinha que ser BEM considerada nesse caso. A resposta dele, tão decepcionante (para um homem ‘decente’) foi “então é melhor deixar como está”. É... só queria o sexo de volta, sem responsabilidade nenhuma.

Nessa época, o pai vinha em casa e ficava por meia hora, uma hora, por aí... Mas eu ficava satisfeita. Veio algumas vezes de tarde e depois, qndo a Sofia entrou pra escola, ele veio umas três vezes na hora do almoço. Eu evitava levar a Sofia nesses dias, ou eu ia busca-la na hora que ele avisava que estava vindo.

Sofia entrou na escolinha aos 9 meses de idade (agosto/2005). Porque eu precisava trabalhar. Eu trabalhava em casa, mas precisava de 100% de atenção no trabalho, que era mto. Lá ela se desenvolveu MUITO e eu não me arrependo de ter colocado ela lá tão cedo.
O aniversário da Sofia chegou e eu estava com uma festinha organizada pra ela. Durante todo esse tempo, a família dele só viu a Sofia no dia do nascimento e algum tempo depois (antes dos 3 meses), em minha casa. E ele já não vinha vê-la há algum tempo. Foi aí que começou o meu egoísmo: com a falta de interesse deles, não me senti na obrigação de convida-los para a festinha, que foi feita no domingo, no dia do aniversário mesmo. E no fim do dia eu mandei uma mensagem para o celular dele “Parabéns! Hoje a nossa filha completou um ano de vida!” Ele ligou pedindo desculpas e dizendo que ele e toda a família achavam que o nascimento dela tinha sido dia 25... afe!

Pra se desculpar (comigo ou com a Sofia?) ele veio em casa no início de dezembro e trouxe o presente de aniversário da Sofia (minnie de ‘pelúcia’). E um tempo depois eu falei que a Sofia estava precisando MUITO de roupas e ele trouxe. MUITAS! Uns 500,00 em roupas e eu fiquei MEGA surpreendida! E todas elas eram enormes, rs. A maioria serviu até os 3 anos dela. E tem uma saia que serve até hoje e que ela adora usar!
Em março/2006 eu tive problemas financeiros e pedi a ele que pagasse umas mensalidades atrasadas da escolinha. Foi problema... apesar de dar o dinheiro, ele reclamou que a Sofia era nova demais pra ficar na escola e blábláblá. Foi a primeira vez que joguei alguma coisa na cara dele. Eu disse que EU precisava trabalhar pra comprar as coisas pra Sofia. Só. E foi nessa vez que ele me contou que a situação dele tinha ficado mais difícil pq a ex mulher dele tinha se demitido do emprego e pediu pensão pra ele. Que MULHER, em sã consciência, pede demissão em uma empresa onde ela tem um salário maior que o ‘marido’ pra pedir pensão pra ele? Deixei passar. Não queria saber daquilo.

Nesse meio tempo ele me contou que a mãe da primeira filha pediu pra ele assumir a menina (Luana), porque o avô, que era a figura paterna, tinha falecido e agora ela precisava conhecer o pai. Achei bom pra ele, que sempre quis se aproximar da menina. Ou pelo menos era o que ele falava.

E aí veio o episódio do plano de saúde que eu pedi a ele pra pagar porque estava ficando pesado pra mim. Ele aceitou pagar. Eram 90,00 a menos no meu bolso cheio de coisas pra preocupar...
Mas ele topou depois de muita pressão! E olha que essa conversa foi por telefone!
Ele não achava necessário ter plano de saúde. Ou pelo menos não o que eu queria (que ela tem até hj). Queria que eu mudasse o plano para um que o hospital aqui da roça atendesse, um mais barato. Bati o pé e falei que a saúde da minha filha não é brinquedo e nem coisa barata. Que ele TERIA QUE PAGAR OS 90,00 do UNIMAX.
Nunca tive problemas com atendimento para a Sofia graças a esse plano! Não abro mão!
E então passaram-se meses sem um telefonema dele e eu tbm não procurava mais, pq cansei de ouvir desculpas pra não vir.
Em junho/2006 teve o caso da meningite e 6 crianças morreram em BH. Eu fiquei desesperada pq a Sofia não tinha tomado nem a primeira dose da vacina. Então eu comecei a correr atrás. E pedia a ele para olhar tbm. Não mudava muita coisa; a vacina variava de 100,00 a 120,00. Lembro que conversamos num início de semana e até a sexta ele não tinha me dado retorno e nem me ligava pra saber se eu tinha feito alguma coisa. Então na sexta mamãe marcou pra dar a vacina na segunda, no Hermes Pardini. Mandei msg pra ele avisando e falando que ele precisaria depositar o dinheiro pra mim, pois eu estaria tirando de outras despesas. Ele não respondeu. Sofia foi vacinada na segunda e uns dias depois eu liguei pra cobrar a grana. Ele disse que não tinha o dinheiro e que me pagaria no mês seguinte. Em julho ele tbm não tinha dinheiro... Em agosto foi o fim da picada... Eu liguei e ele atendeu com a voz preocupada:
- Tudo bem com vc?
- Mais ou menos. A Luana está no hospital.
- O que ela tem?
- Febre alta há 3 dias!
- Fica tranqüilo. Provavelmente é a tal virose de que os médicos tanto falam. A Sofia msm já teve algumas vezes.
- Mas a febre ta muito alta! Ninguém descobre o que é.
- É assim msm... os médicos nunca sabem o que é e dizem que é virose. E aí passa.
- E a Sofia, como está?
- Ta bem... Com um princípio de bronquite, mas tudo bem.
- Ta tomando remédio?
- Ta, sim. MINHA MÃE COMPROU.
- Então ta bom.
(e nessa hora eu fiquei esperando ele falar algo sobre ajudar com os remédios ou pelo menos ver a menina ou ainda falar que gostaria de ajudar mas não dava. Qquer coisa seria melhor do que...)
- Então... to te ligando pq to precisando do dinheiro da vacina.
- Mas eu não tenho.
- Como não tem? Já era pra vc ter me dado há dois meses!
- Mas eu não tenho. Eu saí da empresatal e não recebi nada!
- E o que você quer que eu faça? Eu preciso do dinheiro pra pagar minhas contas.
- Eu não tenho! Nem o plano de saúde esse mês eu paguei ainda!
E aí rolou uma confusão de o que você quer que EU faça e justificativas blábláblás e eu estourei em algo do tipo
- Eu to cansada de ter que contar só com a minha família! Eu não posso contar com vc pra nada! Mas pelo menos eu tenho a minha mãe e a minha família, que me ajudam no que eu precisar. Porque, se uma conta minha não for paga, eu posso pedir pra minha mãe e ela vai me ajudar! Mas você não pode! E não é obrigação dela!
E aí ele jogou a ‘culpa’ pra cima de mim, dizendo que eu não esperei ele pra dar a vacina pra Sofia, que ele tinha olhado e conseguido de graça com um amigo que trabalhava na Hermes Pardini. Eu sabia que era mentira, pq soube anteriormente que a HP não dá vacina de graça nem pros próprios funcionários, imagina pra conhecido do funcionário? Com muito custo dão desconto pros funcionários e dependentes deles...
E então eu falei que esperei a semana inteira e mesmo depois que avisei que estava marcado, ele não tomou nenhuma iniciativa. E terminei a frase com três perguntas dolorosas:
- Você queria o que? Que eu ficasse esperando você me dar uma notícia até ela pegar uma meningite? (pausa para ele pensar na vida ou responder alguma coisa. Como não teve nada, continuei) Queria que eu corresse o risco de ver minha filha morrer nos meus braços por culpa sua?
E aí ele desligou na minha cara. E foi, quase a última vez que conversei com ele...
Em fevereiro/2007 as irmãs dele vieram aqui pra ver a Sofia. A mais velha estava grávida de uma menina. Passaram a tarde em casa e se divertiram. E aí elas me contaram que a mãe delas não veio, pediu desculpas e que eu ligasse para ela durante a semana.
Liguei. Conversamos e ela falou que gostaria de ver a Sofia, mas que não tinha coragem de vir aqui em casa pq tinha vergonha do que o Eduardo tinha feito comigo e com a Sofia. Me contou que tinha ficado muito puto comigo qndo eu escrevi no blog algumas coisas sobre o nosso relacionamento e que depois disso proibiu as pessoas da família de falar o meu nome ou o da Sofia perto dele (?!). Ainda me contou, como quem quer proteger o filho apesar de tudo, que a situação dele estava difícil com o filho. “Você sabe que ele tem um filho, né?”
- Sei, sim. A Luana.
- Não! O Gabriel. Ele vai completar um aninho agora, em março... É filho da Ana Paula, a ex mulher dele...

Não lembro mais se falamos alguma coisa. Sei que fiz as contas mentalmente que março menos nove meses dava em junho... E quando ele veio em casa e me falou da demissão da mulher, não foi simplesmente pq ela queria parar de trabalhar e sim pq o filho dele estava nascendo e ele não queria comentar comigo.
Será que ela sabia da existência da Sofia? Será que algum dia saberia? Será que ele foi/seria homem para contar a verdade pra ela, pelo menos?

Nessa época eu tive conflitos. Pensava em pedir pensão pra saber o que ele faria ou se a mulher sabia da existência da Sofia. Mas aí pensava como penso hoje: muito sofrimento por uma merreca de salário que seria dividida por 3 ainda por cima...

As tais coisas escritas no blog que foi citado pela mãe dele no telefone nada mais foram do que verdades. Em um dia eu recebi uma mensagem dele no celular pedindo o endereço do blog pra mostrar a Sofia pra uns amigos dele. Eu fiquei possessa, mas passei o endereço. E torci pra que cada amigo dele gravasse aquele endereço, pois eu ia falar a verdade sobre ele. E falei muitas das coisas que escrevi aí pra cima. Mas a verdade dói, né?

Em 2008 a irmã dele mandou pra mim o convite do aniversário de 1 ano da filha dela. Eu disse que não iria pq não queria encontrar com ele. Pq não desejava facilitar, como fiz todo o tempo e ele não soube aproveitar. Que a decisão de ignorar a Sofia tinha sido dele e então seria dele a decisão de vê-la novamente. E, nesse caso, ele teria que pedir a um juiz autorização para vê-la e começaria a pagar pensão. Sim, acho que fui dura nesse ponto e é uma coisa que eu repenso de vez em quando.
Depois disso, nenhuma notícia de ngm da família dele. Até o início do ano, quando eu e minha mãe pensamos novamente em passar a guarda da Sofia para ela, pq assim teríamos alguns benefícios da empresa em que ela trabalha, até se aposentar, qndo Sofia terá 7 anos.
Meu tio e advogado entrou em contato com ele, que quis conversar comigo antes de qquer coisa. Eu não entendi e até fiquei receosa com a conversa, mas liguei pra ele um dia e expliquei a situação. Falei que não queria pedir pensão, mas que gostaria de ter esses benefícios da empresa da mamãe. Principalmente o plano de saúde.
Ele não colocou objeções. Disse simplesmente que não me atrapalharia em nada que eu decidisse fazer com relação à Sofia.
Mas mudamos de idéia qndo soubemos do caso da filha de um conhecido de mamãe, que passou a guarda do filho pro pai dela, por causa dos benefícios da empresa. Quando o pai da criança soube, foi lá e pegou a criança. O juiz deu a guarda pra ele alegando que a mãe abriu mão da criança quando deu a guarda pro avô e que, se a mãe não tem condição de criar um filho, o primeiro depois dela que tem esse direito é o pai... SOFRIDO!
E aí eu me lembro que a Luana só soube da existência do pai qndo tinha quase 6 anos. A mãe correu atrás dele pq inventou um monte de mentiras pra menina, tipo que o pai dela era um cara com quem a mãe namorava na época. Só que eles terminaram e a mãe disse que o avô era o pai – imagina isso na cabeça da menina! Imagina qndo ela ficasse mais velha imaginando que o próprio avô era seu pai? – e ele morreu. A menina, confusa, sem saber se tinha um pai na vida, queria saber do fulano.
O filhodumaputa ficou esperando... e acho que ele faz isso com a Sofia. Pq acredita que ela vai querer saber, assim como a Luana. Assim como ela tem feito. E aí ele fica esperando o momento certo de ser o mocinho – filhodumaputa – da história.